quarta-feira, 8 de agosto de 2007

a nível de ir embora, aqui eu me despido.


aí que eu tive que parar de falar comigo mesmo. eu tinha o hábito de confirmar tudo que tinha pensado explicando pra alguém nos meus próprios pensamentos. percebi que, como um eco, tudo que eu pensava eu repetia mais umas três vezes, e que se eu parasse de explicar previamente em devaneios e utilizasse esses pensamentos pra pensar coisas novas, eu teria então, uma produção intlectual muito maior. faz sentido, né?
constatei que quando eu tenho uma idéia ou uma dúvida sobre alguma coisa que pra mim é interessante, antes de eu efetivamente perguntar pra alguém, eu costumo testar umas três vezes com algumas pessoas na minha cabeça, simulando a reação delas. então achei melhor eu parar de fazer isso que daí eu não perco tempo com a mesma questão e posso pensar em outras coisas. faz certo, né?
deve ser insegurança mesmo, porque, quando eu penso em alguma coisa que, de repente faz sentido e vale a pena a dizer, eu antes, testo a minha idéia perguntando pra três pessoas e imagino a reação delas pra ver se eu realmente comento aquilo. então, se eu parar de fazer isso, eu ganho tempo com outros pensamentos e tenho um rendimento de idéias maior. acho que rola, né?

não entro em buracos porque sou claustrofóbico (não titubeio em pegar rampas ao invés de elevadores). evito alucinógenos porque tenho a pressão meio baixa, e sei lá, vai que me dá um piripaque. não gosto de fugir porque acho que isso desfavorece minha virilidade. principalmente em público. mas tem momentos em que precisamos desenvolver uma para-realidade pessoal, onde somos amigos do rei e até poetas, e que de preferência não tenha telefones celulares e seu ringtons incovenientes, nem aqueles prazos e decisões importantíssimas do curso das coisas. vida vivida e vida pensada se confundem e às vezes parece que a imaginação ganha proporções tão realísticas, que fazem tanto sentido e são tão divertidas, que chega a dar uma preguiiiça de ver que falta tanto a construir e que aquela história de noventa por cento transpiração e dez por cento inspiração é bem verdade, mas um tanto sem graça, diga-se de passagem. o ideal seria noventa por cento de inspiração, idéias e pensamenos interessantíssimos, da onde aplicaríamos, com uma precisão cirúrgica, os dez por cento de transpiração restante, para sim efetivar alguma coisa na prática. aliás, a prática é uma teoria emergente e desorientada. pelo menos as minhas.


- então...você, vai me ligar?
- não.
- quer que eu te ligue de novo?
- também não.
- você tá com outro, é isso..?
- pode ser..
- (suspiro)quando dias ele te dá?
- ele quem...?
- você sabe Sr. Oliveira. quandos dias? 5? uma semana?
- uns 10 eu acho...
- 10?! você acha...?! com ou sem juros??
- oi?
- com ou sem juros Sr. Oliveira?! estou falando contigo!
- acho que só cobra depois do décimo dia. mas dá pra negociar.
- "mas dá pra negociar". francamente Sr. Oliveira. você se envolve com qualquer um.
- mas ele me dá talão de cheque de graça. e não fica discutindo relacionamento pelo telefone...
- isso foi uma indireta?
- não moça, foi uma direta. posso desligar?
- mas, você sabe das vantagens de ter nosso cartão de crédito? você sabe das nossas lojas credenciadas? da facilidade de empréstimo?
- olha, depois eu penso, tá? é que, quando eu já estou envolvido num relacionamento eu não me sinto muito confortável em ficar flertando com outros e...meu gerente, ele é super ciumento...
- tá bom, Sr Oliveira, não posso te obrigar a nada. só queria dizer que eu sempre fui atenciosa contigo, sempre te liguei, prestando serviço, oferecendo os melhores investimentos, sabe? tudo pensadinho, casadinho com seu perfil, sabe? e o que você faz em troca? eu sempre me senti muito mais dentro, sabe, muito mais envolvida que você. Agora você não. Não abre mão de nada por nós. Sempre foi o egoísta da relação... bem que mamãe estava certa.
- tá ok, moça, eu vou pensar então.
- então... você, vai me ligar?
- não.

Um comentário:

Unknown disse...

Pô esse cara do desenho sou eu. :O

Então as convenças do bar são todas planejadas. Hunnnm...
Num vejo mais graça de encher a cara falando asneira.

Vamos resolver isso no Xingu tomando cerveja e falando merda. Hahahaha