terça-feira, 17 de julho de 2007

e o chinês que é um americano genérico



a verdade é que eu estava lá somente pela jaqueta. eu achava que era também pra fazer uma médias com as garotas, mas eu namorava e tudo seria em vão. depois que me desvencilhei no papel, continuava frequentando, bisbilhotando, e sempre entrava na sala e nas reuniões. o pessoal deixava e achava legal. é que eu entrava, fazia piadas, mandava beijos, e saía repentinamente. daí concluí que com um sorriso carismático você tem passe livre pra frequentar qualquer lugar. estava funcionando até eu perceber que não se aplicava a banheiros femininos. foi expulso a socos&pontapés, e me custou seis meses de detenção, uma dúzia de dê-pês e uma fama constrangedora de estuprador de menininhas. se não fosse aqueles vinte e quatro pacotes de maços de cigarro o negão teria deturpado meu traseiro branco. o cigarro na cadeia em relação ao de fora é como o euro em relação ao peso cubano. no meu último dia, pedi a mamãe uns charutos para trocar por uns pôsters de umas mulheres que havia na parede, aos quais tinha me afeiçoado muito pelo tempo que estive ali. agora, sem namoradas e amigos, e com um sorriso mais duvidoso que o da mona lisa, guardo meu poster no bolso interno da jaqueta, e, quando vejo um negão eu acendo um cigarro e agradeço a deus por poder andar em linha reta sem parecer um montador de cavalo.

2 comentários:

Anônimo disse...

massa! seus textos. Faz tempo que venho lendo seu blog e hj fui saber pela Dani Estefano, que vc é o Rafa...bjo

Rafael disse...

mundo pequeno... ou a renda é mal distribuída, ou o mundo é uma grande Botucatu.