segunda-feira, 11 de junho de 2007

sobre cachorros, mendigos e baratas.


ele me fascina. ele consegue ser o melhor no que se propõe. ele realmente é o pior. parece que escolhe a dedo. a mais gorda, a mais feia, aquela com uma pinta peluda perto do lábio. aquela que sobra, que ninguém quer, que é mais fácil ignorar que um cachorro perdido na estrada. ele gosta de cachorros. ele até se parece com um. sem o menor pedigree, lógico. ele chega junto com seu cabelo bonitão, ele dança, pega no seu braço e a beija. no dia seguinte mostra a todos o que aprontou. a gorda, a feia, a garota com uma barata na cara. jogaram ele no lixo de latas. todas vazias, sujas e desprezadas pelos bêbados. ele mergulhou lá. não quis sair. gosta do lixo das latas. gosta de ser sujo e se misturar naquilo que não tem valor. ele não tem auto-estima, ele não tem ambição. ele apenas se arrrasta com sua moral mutilada. as pessoas riem dele. eu rio muito. ele gosta de pular e beber e beber mais e pular mais. frenético e insuportável quando bebe. quando se coça as pessoas vão à loucura. quando se coça dormindo e leva tapas na caras o êxtase toma conta da turma. são fotos tiradas, vídeos filmados. todos quererm tirar uma casquinha daquele mendigo. ele é sujo e se coça. ele faz tudo de coração. tem um coração grande, tão grande que cabe até as gordas. não se importa com cachorros, sujeira ou baratas. ele as beija.

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